04/12/2024

“Origem”, álbum com as primeiras músicas de Djavan é lançado!

Disponível em todas as plataformas digitais, o projeto “Origem” apresenta composições e faixas gravadas pelo cantor antes de seu primeiro disco, ainda inéditas no digital.

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“Origem” carrega em si a história de uma relação rápida e intensa entre um novo artista e uma gravadora também nascente. Enquanto Djavan galgava seu espaço na cena real da música popular através de seu talento inebriante, a Som Livre lançava o primeiro grande artista formado por ela a partir das trilhas de novelas – mas não só. Como era de costume na época, a gravadora encomendava especialmente as trilhas sonoras aos compositores, cenário ideal para o surgimento de novos nomes, e Djavan foi o maior deles.

“Esse disco, apesar de mostrar o jovem cantor e compositor, já traz uma ideia clara da personalidade musical, tanto nas canções próprias, conduzidas pelas levadas de violão bem singulares, como na maneira autoral de cantar músicas que foram escritas por outras pessoas. A página em branco de uma carreira ao mesmo tempo sofisticada e muito popular!”, comenta Max Viana, filho do Djavan e responsável por conduzir o processo de remasterização das músicas.

Natural de Maceió – AL, Djavan chegou ao Rio de Janeiro em 1972 para tentar a sorte no mercado musical. Enfrentou um longo ano até conseguir sua primeira oportunidade com a ajuda do locutor esportivo e seu conterrâneo Edson Mauro, que o apresentou ao experiente produtor musical João Mello, conhecido por trabalhar com nomes como Jorge Ben e Elza Soares. Encantado pela musicalidade do artista, Mello o levou diretamente a João Araújo, diretor da Som Livre responsável por arranjar o primeiro emprego do cantor na cidade – como crooner do conjunto do pianista Osmar Milito na boate 706, no Leblon – e por abrir as portas de sua gravadora para aquela que seria uma das maiores vozes do nosso país.

A partir de então, o jovem maceioense teve a chance de gravar músicas de compositores já consagrados, como “Qual é?” de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle, trilha sonora da novela “Os Ossos do Barão”; “Calmaria e Vendaval” de Toquinho e Vinicius de Moraes, trilha de “Fogo Sobre Terra”; e “Presunçosa”, da dupla Antônio Carlos e Jocafi para “Supermanoela”.  Assim, entre o final de 1973 e o começo de 1975, de “Os Ossos do Barão” a “Cuca Legal”, era impossível ligar em uma telenovela exibida pela Rede Globo e não ouvir a voz marcante de Djavan.

Para além das trilhas sonoras, o artista também gravou na Som Livre outras quatro faixas que integrariam coletâneas das paradas de sucesso. Dessa forma, deu vida a “Samba da Volta”, outra parceria entre Toquinho e Vinicius de Moraes; “A Escola” e “No Silêncio da Madrugada”, dois sambas de Luiz Ayrão em medley; “Anastácio (Samba-enredo Para um Sambista Morto), de César Costa Filho e Walter Queiroz; e a marcha “Olá”, de Catulo de Paula. Com essas faixas somadas à experiência de palco adquirida nas noites do 706 Djavan finalmente chegou ao festival “Abertura”, realizado em 1975.

 

“Fazer parte da história de um artista como o Djavan nos dá um tremendo orgulho na Som Livre. A vida da gravadora e do artista tiveram grandes interseções juntas. Ter lançado seu disco de estreia, na década de 70, e agora trazer suas primeiras gravações, ainda inéditas no digital, de músicas feitas por renomados compositores para a voz do Djavan em novelas que marcaram época, reunidas em um único projeto, é poder não só reviver essa linda fase, como também levar às novas gerações o que o Djavan sempre foi e é para música brasileira, um gênio atemporal com o dom da arte”, comenta Daniela Barcellos, Gerente Comercial Digital da Som Livre.

 

Inscrito pela própria gravadora por sugestão de Boni, então diretor artístico da Rede Globo, o cantor conseguiu, pela primeira vez, levar a um público maior uma composição própria. A música “Fato Consumado” conquistou a segunda colocação na competição e a maior repercussão entre suas concorrentes, fazendo com que a Som Livre lançasse um compacto duplo contendo quatro composições de Djavan, incluindo, além da já citada, o samba-canção “Um Dia”, “Rei do Mar”, parte da trilha de “Cuca Legal”, e a até então inédita “E que Deus ajude”.

 

“Origem” é um verdadeiro ato de celebração ao legado de um dos maiores talentos da música brasileira. Somos transportados ao início da carreira de Djavan e conduzidos por sua trajetória ao longo de 12 faixas cuidadosamente reunidas em uma obra que une, de forma ímpar, passado, presente e futuro enquanto mescla a história musical e cultural de nosso país.

 

“Os compositores da década de 1970 tiveram muita influência no meu trabalho de composição que se seguiu. Isso evidentemente em uníssono com tudo o que eu passei a ouvir dali pra frente. Eu sempre ouvi muito, eu sempre ouvi de maneira a poder abranger toda a minha sede pela diversificação. E, a partir daí, a minha música, a minha composição, foi ganhando novos horizontes. Foi crescendo exatamente por causa desse início e por causa de tudo que eu buscava ouvir”, finaliza Djavan.