Djavan

1978
Se “A voz, o violão, a música de Djavan” foi o disco do espanto em 1976, dois anos depois “Djavan” seria o da serena confirmação. Mais do que isso: em seu segundo LP Djavan consagra-se definitivamente como compositor e mostra que não era apenas um autor de sambas diferentes, nem um criador espasmódico. Era um artista completo.

Mas não foi somente o público que descobriu uma nova faceta de Djavan, tão surpreendente quanto à do sambista. Grandes cantoras brasileiras passaram a conhecer o artista. Divas como Maria Bethânia e Nana Caymmi, só para falar das duas mais notáveis, foram as primeiras a gravar suas obras.

“Djavan”, o LP, foi um avanço em termos de produção e tem a ampliação estética como marca. Os investimentos da gravadora EMI-Odeon, que apostou pesado em seu novo artista, renderam parcerias com os melhores músicos da praça e arranjadores do porte de Dori Caymmi, Eduardo Souto Neto, Gilson Peranzzetta, além da participação de uma orquestra completa.

E só para não perder o hábito, os sambas de “Djavan” não ficam nada a dever aos do primeiro disco. As quebras de “Samba dobrado”, o toque afro de “Nereci”, a originalidade musical e temática de “Numa esquina de Hanói” e de “Serrado” estão ali para mostrar que Djavan havia chegado para ficar.
Hugo Sukman